sábado, 21 de abril de 2012

lendas urbanas

Comadre Fulozinha – histórias da guardiã da mata

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Comadre Fulozinha, conforme nos ensina o mestre Câmara Cascudo, é um ente mitológico, uma fantástica e misteriosa mulher que vive na floresta, sempre pronta a defender animais e plantas contra as investidas dos predadores da natureza. É uma caboclinha que tem longos cabelos negros, que lhe cobrem o corpo. Ela é caminhante, brincalhona e vive na Zona da Mata de Pernambuco. Consegue desaparecer sem deixar rastro e adora fazer tranças na cauda dos cavalos. Ela protege a caça contra os caçadores, desorientando-os com seus assobios e fazendo com que eles fiquem perdidos na mata. Adora receber presentes como mingau, confeitos e fumo.

Uma história da Comadre Fulozinha:
Zeza trabalha com a família há uns 30 e muitos anos. É nossa cozinheira e faz uns quitutes irresistíveis! Cozinha no fogão a lenha, faz canjica, cuscuz de massa, cocada, bode assado, guisado e um pão integral maravilhoso!
Enquanto ela fica cortando rabanete, nabo, picando alho-porró, cortando jambu, conta as histórias deste lugar. Estamos na área rural do município de Gravatá, uma área de transição entre Zona da Mata e Agreste. Neste brejo de altitude, ela nasceu e se criou e conta o que viu e ouviu desde pequena.
Perguntei-lhe sobre a Comadre Fulozinha e ela me disse que seu tio fez um pacto com a Comadre: todos os dias colocaria na mata um prato de barro cheio de mingau de massa de mandioca. Em troca, ela o “deixaria” caçar um animal dentro da mata. Mas somente um. Todos os dias ele mandava sua esposa fazer o mingau. Ela fazia sem questionar, mas ficava sempre um pouco desconfiada. Todos sabem que a Comadre não pode com pimenta. Nem pense em oferecer ou colocar na sua comida que ela fica muito brava!
Um dia, já cansada de fazer o tal mingau, a esposa decidiu colocar pimenta e entregou o prato ao marido sem dizer nada. Naquele mesmo dia, o caçador não encontrou sua caça e se perdeu na mata. De manhãzinha, chegando em casa, perguntou à esposa o que ela havia feito e soube o que ocorrera.
A mesma Zeza conta, ou melhor, perdeu a conta de quantas vezes teve que desatar as tranças das caudas dos cavalos que a tal Comadre Fulozinha fazia. Diz que era tão difícil desatar, chegava a criar calo na ponta dos dedos!



Blody Mary (Maria Sangrenta)

Essa lenda é originária nos Estados Unidos e foi exportada para o Brasil, com o nome de "Loira do Banheiro" , tendo sofrido diversas alterações. A história é bem legal, achei que valia a pena repassá-la. Divirtam-se.

Essa lenda tem, diversas versões e ramificações, e se espalhou para diversos países, sofrendo muitas alterações no processo, afinal, "Quem conta um conto, aumenta um ponto".

A Bruxa do Espelho

      Essa lenda foi publicada em 1.978 pelo americano Janet Langlois, especialista em folclore. Segundo esta versão, Bloody Mary (Maria Sangrenta), é um espírito vingativo que aparece quando uma jovem envolta em um cobertor, murmura treze vezes olhando para o espelho do banheiro as palavras "Bloody Mary"  apenas a luz de vela. Bloody Mary (Maria Sangrenta) seria o fantasma de uma feiticeira que foi executada a um século por praticar magia negra. Ela mata todas as pessoas na casa de uma maneira brutal e sanguinária, o que justifica o nome.

Blood Mary, a Vingadora

     Essa versão diz que a Bloody Mary (Maria Sangrenta), era uma adolescente extremamente bela e vaidosa, que se tornou vítima do preconceito após ter o rosto desfigurado num acidente de carro. Ela teria vendido sua alma para poder se vingar de todos que a descriminaram ou das pessoas que se prendem demais a aparência, tendo possivelmente, cometido suicídio de frente para o espelho do banheiro, após ter feito o trato.

Rainha Mary Tudor

     Com o passar do tempo, a história de Bloody Mary (Maria Sangrenta) se misturou a história da Rainha Mary Tudor, que ganhou o título em 1.553. Em seus esforços para restabelecer o catolicismo pela Inglaterra, fez perseguições aos protestantes, que vieram a lhe atribuir o cognome: Bloody Mary (Maria Sanguinária). Dizem que a rainha para se manter bela, se banhava no sangue de jovens garotas, mas provavelmente eram boatos do povo, insatisfeito por sua união com Filipe II da Espanha. Esse casamento, inclusive, foi provocador de uma guerra com a frança, que teve como consequência a perda de Calais (1.558).

Bloody Mary e a Mulher do Algodão

     Essa lenda é a mais difundida nos dias atuais. Dizem que Mary era uma jovem que morreu diante de um espelho num banheiro. Segundo a lenda, se você pronuniar "Bloody Mary" três vezes diante de um espelho de banheiro, ela aparece e arranca seus olhos. Essa lenda é muito similar a uma lenda ocidental, chamada de Mulher do Algodão. Assim como a Bloody Mary (Maria Sangrenta), está aparece quando você diz seu nome três vezes de frente a um espelho no banheiro, no escuro. Ela usaria pedaços de algodão para tapar o nariz.

Bloody Mary (versão do seriado sobrenatural)

     Segundo a lenda, Bloddy Mary (Maria Sangrenta) seria um espírito de uma jovem modelo que teve seus olhos arrancados num banheiro por um companheiro ciumento. Antes de morrer, tentou escrever seu nome na superfície prateada, usando seu próprio sangue. Não conseguiu terminar e acabou levando o segredo para o túmulo. Se alguém que oculta um segredo sobre a morte de alguém pronunciar "Bloody Mary" três vezes diante de um espelho, ela aparece e arranca os olhos desse indivíduo, e escreve o nome da vítima da pessoa atrás do espelho. Essa lenda foi retirada de um seriado, mas eu, particularmente, achei que foi a versão mais interessante.

Bloody Mary, A Viúva

     Segundo a lenda, Bloody Mary (Maria Sangrenta) é o espírito de uma viúva ainda jovem, que sofreu de um acesso psicótico e matou os filhos. Em seguida, foi até o banheiro, e se matou diante do espelho. Ela aparece quando alguém diz três vezes "Bloody Mary" de frente para o espelho do banheiro e mata a pessoa a facadas.

A Loira do Banheiro

     Essa é a versão brasileira da Bloody Mary (Maria Sangrenta). Segundo a lenda, que é difundida principalmente entre colégios para assustar as crianças mais novas, se você disser "Loira Burra", "Loira do Banheiro" ou proferir palavrões três vezes o fantasma de uma bela mulher com longos cabelos loiros aparece e te mata, chupa seu sangue, ou apenas te dá um bom susto. Outra varíavel é que a Loira do Banheiro morreu afogada no vaso sanitário durante um trote, e sempre que alguém dá a descarga três vezes, chuta o vaso três vezes ou ainda chuta o vaso e fala três palavrões, ela aparece. Outra versão seria a de que a Loira do Banheiro seria uma professora que foi assassinada dentro do banheiro pelo seu marido, que descobriu um romance secreto entre ela e um aluno.

A Respeito de Espelhos...

     O espelho é um traço comum na grande maioria das variáveis dessa lenda. Dizem que um espelho é um portal entre esse mundo e o mundo dos mortos, e antigamente, costumavasse cobrir os espelhos das casas onde pessoas morriam para que suas almas não ficassem presas neles. Também era costume as pessoas cobrirem os espelhos de seus quartos antes de irem dormir, pois se acreditava que a alma se desprendia do corpo durante o sono, e podia ficar presa no espelho...

Relato Verdadeiro Sobre a Bloody Mary

     Há relatos sobre uma jovem americana que foi levada para o hospital após realizar a brincadeira da Bloody Mary de frente a um espelho. Ela supostamente foi empurrada após realizar o ritual de invocação pelo espírito de Mary, batendo a cabeça na pia e sendo encontrada com um ferimento na testa e em estado de coma. Essa jovem, segundo as fontes, preferiu não se identificar, e estaria viva ainda hoje...

Espero que todos tenham se divertido com os relatos das diversas versões dessa lenda urbana. Se alguém conhecer uma versão diferente, por favor, não hesite em contá-la... Beijos e abraços para todos !!!




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